Na vitória ou na derrota

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                                     Tínhamos um projeto para a Copa Cidade Alta de Futebol Suíço. Planos de chegar bem, pelo menos entre os quatro primeiros, nos classificar para as finais, e daí pra frente, o que viesse era lucro. Não era esperar demais do nosso time, não estávamos querendo nada fora da realidade. As atuações nos amistosos eram convincentes. Vitórias sobre times que teoricamente eram melhores que o nosso. Mas veio a copa, e logo no primeiro jogo, o time sentiu. Agora não tinha mais brincadeira, e o time não foi bem na estreia. Duas semanas sem jogar, e mesmo assim, conquistamos um empate, que foi quase uma vitória, se tivesse pelo menos mais dez minutos de jogo. Mas o adversário era inferior, e perdemos a chance de ganhar os três pontos. O empate heroico no final foi sim, muito comemorado, mas lá no fundo todos sabiam que era jogo pra ganhar.

                                    No segundo jogo, o adversário mais experiente. Sentimos a pressão novamente, perdemos chances no primeiro tempo, e levamos gols de contra-ataque. Quando reagimos, já era tarde, e amargamos a primeira derrota.

                                    Terceiro jogo, primeiro tempo parelho, com boas chances perdidas por nossa parte, e depois o castigo. Eu assumo a culpa de um gol, entreguei mesmo, e o Polaco assumiu que entregou um. Fiquei brabo comigo, porque sabia que no time deles só tinha um jogador que realmente preocupava. O restante do time era mediano.

                                     Quarto jogo, precisávamos nos reabilitar. Era difícil, deu pra perceber no começo do jogo. Mas mesmo assim abrimos o placar. Tivemos a baixa do Polaco, mas não podemos colocar os cinco gols levados em seguida nas costas do Flávio. Novamente, assumo a minha parte de culpa. A zaga pode não ter jogado o que se espera (o Juliano vem jogando muito bem, fez defesas difíceis, e as que dava pra defender, ele pegou), mas quando o time perde, é O TIME. Entendo o Jé, no fim do jogo, inconformado com o time, com o resultado, pois o time tem potencial. Mas também entendo o inconformismo dos outros de achar que ele não tem razão em reclamar. Fiquei neutro, não dei minha opinião, porque a minha opinião é: o jogo acabou, perdemos, e daí? Não queríamos, mas infelizmente aconteceu. Legal, o Jé mostrou que quer ganhar o jogo, eu também quero, todos querem. Mas vamos sair todo mundo junto, da mesma forma que entramos, na boa.

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                                    O que tem que arrumar, a gente acerta depois, na mesa do bar, jogando um truco, tomando uma gelada. É a melhor coisa a fazer. Ali todo mundo conhece todo mundo, e isso é legal, é o que faz o nosso time. No fundo todos nós sabemos das nossas limitações, sabemos que tem bastante gente que de repente podia estar jogando com a gente, que ajudaria bastante, que pode melhorar o meio, o ataque, a defesa. Mas será que seria a mesma coisa? Será que seria o mesmo Natuflander? Os times da cidade que tem patrocinadores pagam jogadores. São campeões. Quem ganhou a copa esse ano? Tal time. E quem joga nesse time? Ah cara, ano passado era fulano, esse ano eles contrataram o Pedrinho, o Joãozinho, e o Zezinho. Agora eu pergunto pra vocês: é o mesmo time? Claro que não. E no nosso é a mesma coisa. Não adianta chamar vários, porque no final, não será a mesma coisa. Muitos dos que jogam hoje, não jogariam mais, e falo por mim mesmo, qualquer um que saiba sair jogando melhor, e qualquer um sabe, é titular ali. Mas o que eu quero dizer é que não adianta reclamar, ficar bravo, porque é o que temos.

                                    Temos que superar os adversários na vontade, e acreditar que podemos chegar. Não tiro a razão de ninguém, de quem reclamou, de quem achou ruim, e de quem não achou nada. Mas no final de cada jogo o que tem que prevalecer é a união. Foi assim que tudo começou, e é assim que tem que terminar. Ano passado, com uma equipe que tinha menos opções, que perdeu todos os jogos, foi até o fim. E não foi vergonhoso. Vergonhoso foi a atitude de alguns, que desistiram, abandonaram o time na metade e hoje nem fazem mais parte. Vamos terminar esse campeonato, dar o máximo, mas sempre respeitando o máximo de cada um. Temos mais jogos pela frente, e se de repente a vitória não vier, vamos com tranquilidade, sempre levando em consideração a nossa amizade, que é o que vai continuar depois de tudo. Eu não posso cobrar ninguém, meu futebol não me permite, e também não gosto de fazer isso. Mas posso pedir pra todos vocês, VAMOS EM FRENTE, SEM DESANIMAR! VAMOS ATÉ O FINAL, TODOS JUNTOS, COMO ENTRAMOS, INDEPENDENTE DE RESULTADOS, NA VITÓRIA OU NA DERROTA! Desistir, ficar pelo caminho, é para os fracos. Vamos correr por nós, vamos jogar uns pelos outros, porque dinheiro ninguém vai ganhar mesmo. E é isso que faz a diferença, NÓS.

                                 Sábado tem rodada. Ainda não sabemos o adversário, mas independente de quem seja, eu vou lá, correr, suar, dar o meu melhor, porque eu acredito em vocês, acredito no meu time. Juliano, Flávio, Polaco, Elton, Zaroio, Dé, Samuel, Cris, Nenê, Lucas, Abu, João Henrique, Jé e Maicon; vocês estão juntos? Se sim, então, vamos lá, vamos brincar de jogar futebol, ganhando ou perdendo, porque a nossa amizade não depende do que aconteceu dentro de campo.

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